sexta-feira, 23 de abril de 2010

PAPADÓFILO, BISPODÓFILO, PADRÓFILO


Com a democratização da imprensa a Igreja Católica se vê em situação vexatória ante os inúmeros casos de abuso sexual. O que mais chama à atenção são os casos envolvendo meninos.

Na Idade Média, a Igreja havia proibido que mulheres cantassem no coral das igrejas. Para não ficar sem as necessárias vozes sopranos, os representantes de Deus encontraram uma solução ungida: castrar jovens meninos cuja voz era considerada bela. O mais célebre eunuco foi Carlo Broschi, então com sete anos de idade, castrado pela sua própria mãe numa banheira, utilizando-se uma faca.

Talvez tenha nesse momento a origem da pedofilia na Igreja. Os meninos castrados passavam ser uma espécie de propriedade dos sacerdotes e com característica femininas.

Mas não é só tão somente sob o manto do passado que se esconde a ficha criminal da Santa Sé. Duas modalidades veneradas por padres atualmente são a pedofilia e o abuso sexual de mulheres. Só nos Estados Unidos, recentemente foi constatado que 1,2 mil sacerdotes teriam abusado de mais de 4 mil crianças. O lamaçal que envolveu 161 dioceses desmoronou algumas delas, que tiveram que ser fechadas para pagar indenizações às vítimas. Na Europa está a surgir continuadamente casos de pedofilia na Igreja e o acobertamento dos mesmos por altas autoridades religiosas.

O mais grave dessa trama urdida nos bastidores das paróquias é que há um certo voto de silêncio envolvendo tais escândalos e o pior, uma visível blindagem dos crimes por parte da Santa Sé, tal como a imprensa está a divulgar constantemente, envolvendo, inclusive o atual Papa Bento XVI.

A socióloga Regina Soares Juskewicz afirma em seu profundo estudo sobre o caso que
.a prioridade da Igreja nesse tipo de crime é acobertá-lo a qualquer custo. Há até um decálogo que ensina os líderes a agir em face de abusos sexuais envolvendo padres. Nele inclui subornar a vítima em troca do silêncio, desqualificação pública da vítima e exaltação das qualidades do agressor, como bom prestador de serviços à comunidade. No último mandamento, a Igreja se posiciona do lado do agressor e faz todos os esforços para que o crime seja jogado no mar do esquecimento,
No Brasil não é diferente.

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