sábado, 10 de julho de 2010

VATICANO BATE EM SARAMAGO

José Sal amargo para a hierarquia secular cristã

O Vaticano esperou o escritor, premio Nobel de literatura, o único assim agraciado na língua portuguesa, José Saramago, morrer para descer-lhe o pau. No mínimo é um ato covarde.

Saramago ateu e comunista era tudo que a Igreja Católica não precisava. Sua obra apontava os enganos e contradições da fé cristã e por isso foi colocado no index católico como proibido e excomungado, principalmente pelo seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) onde afirmava que Jesus perdeu sua virgindade com Maria Madalena e o livro Caim (2009), onde essa personificação bíblica do mal, assassino de seu irmão Abel, é descrito como um ser humano nem melhor nem pior do que os outros, enquanto Deus é apresentado como injusto e invejoso. A bíblia para ele era um "manual de maus costumes".

O L'Osservatore Romano, o jornal oficial do Vaticano, recentemente atacou duramente o escritor português , chamando-o de "populista extremista" e de "ideólogo antirreligioso" além de considera-lo um intelectual que não admitia metafísica alguma, aprisionado até o fim em sua confiança profunda no materialismo histórico, o marxismo".

Saramago, a meu ver. deixou uma semente que pode germinar a estabelecer uma luz sobre os dogmas religiosos que tanto infelicitaram a humanidade por milênios.