segunda-feira, 20 de junho de 2011

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: MACONHA JÁ!

A decisão unânime do STF, dia 15/06, liberando as manifestações públicas pela descriminalização da maconha foi um ato inconseqüente e infeliz, de uma Corte que deveria se pautar pela sabedoria e responsabilidade.

Os ministros buscaram justificar seus votos de aprovação a esta excrescência jurídica, nas cláusulas pétreas da Constituição que garantem a livre manifestação e o livre direito de expressão.

Considerando que tráfico da maconha é crime previsto em lei e que o uso moderado é tolerável; considerando que não existe uso tolerável sem haver o tráfico, os emblemáticos ministros pisaram na bola. Assim logo haverá manifestações pró cocaína, haxixe, ópio, crack e drogas sintéticas, sustentadas pelos mesmos princípios de similaridade e isonomia, como tal, legalizadas as suas apologias pelos mesmos cânones recorrentes.

O discurso eufemista que a legalização das drogas acaba com o tráfico ilegal e os crimes dele decorrentes, longe de justificar a liberação, aponta para a incompetência do Estado em combater o crime. Esse mesmo Estado que, através de seu Poder Legislativo, só faz abrandar as penas de criminosos, como também não aprova a reforma do Judiciário e dos códigos penal e civil que repousam no Congresso Nacional por décadas. Esse Estado que, através de seu Poder Judiciário, permite que as ações contra os poderosos ganhem as calendas gregas até se tornarem prescritas ou inimputáveis.

O exemplo que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um defensor da descriminalização, citado, inclusive na justificação de votos dos ministros, não tem valor algum. Este político escreveu vários livros defendendo o socialismo. Na presidência fez um governo neoliberal, a negar o que havia escrito e recomendar rasgar tais livros. Se auto promove com o “pai do plano Real”, quando na verdade o plano foi lançado pelo ex-presidente Itamar Franco e idealizado pelos economistas Pérsio Arida e André Lara Resende, baseado na experiência argentina e mexicana com apoio do FMI. O ministro da fazenda era Rubens Ricupero. (de março a setembro de 1994). FHC puxou o tapete desse ministro, se vangloriou com o sucesso e com isso venceu as eleições para presidente. O que FHC fala não se escreve!

Diante dessa vergonha, apelo a Cícero, brilhante orador e senador do Império Romano, a parodiar as suas primeiras palavras no célebre discurso de indignação que fez contra Catilina:

Até quando ó ministros e políticos abusarão da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há de zombar de nós essas tuas loucuras? A que extremos se há de precipitar as tuas audácias sem freio?
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sábado, 11 de junho de 2011

A FALECIDA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

A instituição fundada por Machado de Assis, Olavo Bilac, Graça Aranha, Joaquim Nabuco, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay e Rui Barbosa, que acolheu as mais altas autoridades da literatura e do pensamento brasileiro durante o século XX e os últimos anos anteriores, encontra-se em crise de identidade, nesses primeiros anos do terceiro milênio.

Após admitir entre seus componentes figuras que honraram e dignificaram a pátria brasileira e ter a auréola da mais prístina luz da inteligência nacional, hoje é uma mera bazófia humana, a abrigar no mesmo teto dos antigos imortais, nas mesmas cadeiras de insignes literatos, personagens intelectualmente questionáveis, como o político José Sarney e o “fazedor de livros” Paulo Coelho.

Evidente que entre os 40 membros, a maioria é merecedora de ocupar o panteon sagrado das letras brasileiras. No entanto, foi essa mesma maioria, juntamente com os execrados do idioma pátrio, que outorgaram, recentemente, a Medalha Machado de Assis, a mais importante comenda da Academia, ao jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, cujo mérito reconhecido é de ter a capacidade de assinar o seu nome nos contratos milionários que firma e quando dá um autógrafo a uma amouca “maria chuteira”.

No andar da carruagem, ora com rodas quadradas, da Academia, por certo, os próximos agraciados com tal “distinção” e “mérito” deverão ser personalidades como a Xuxa, Hebe Camargo, Faustão, Tiririca e Fernandinho Beira-Mar.

Particularmente eu não acredito em final de mundo, mas sim em final de ciclo. Um dos sintomas mais determinantes que acusam um “final dos tempos” é o declínio das instituições, que provoca as inversões de valores, alija a meritocracia e impõe a mediocracia, tal como verifica-se no âmbito da política, dos meios de comunicação, nas entidades educacionais, na música e na cultura de maneira geral.

O mundo da meritocracia acabou na década de 70. Estamos a cumprir tão somente os éditos do senhor tempo, que nos impele a aceitar a decadência institucional como fator de sobrevivência e a promover de forma aceitável o cortejo funerário da dignidade humana.

Ó TEMPORA, Ó MORES!
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domingo, 5 de junho de 2011

MINISTRO PALOCCI, ME ENSINA FICAR RICO, POR FAVOR!

A presidente Dilma está a enfrentar, logo no início de seu mandato, uma turbulência movida pelas acusações contra o ministro da Casa Civil Antonio Palocci, tal como ocorreu com Lula no caso do “mensalão”.

Ao que se presume, os cargos do primeiro escalão da República, além da projeção nacional que satisfazem os egos dos senhores ministros, servem também como alavancadores de grana fácil. O primeiro ato de quem foi ministro na área econômica ou mesmo da Casa Civil, é fundar uma empresa de consultoria financeira. Com o trânsito fácil pelos corredores do palácio presidencial ou mesmo dos ministérios esses ex-ministros conseguem fazer chover no deserto do Saara.

Palocci conseguiu multiplicar o seu patrimônio em 20 vezes no prazo de 4 anos. É o milagre da multiplicação. Se Jesus conseguiu transformar água em vinho e multiplicar os peixes, por que o ministro não pode multiplicar seus milhões? Por que não pode ele comprar um apartamento pela bagatela de R$ 6,6 milhões?

Em entrevista, muito calmo e ponderado, o ministro afirmou que antes de sua posse fechou a sua empresa de consultoria e se negou fornecer os nomes das empresas que tinha como clientes, alegando sigilo profissional e que só revelaria para as entidades fiscalizadoras.

Antonio Palocci parece-me ser a eminência intocável do PT. Foi assim no Governo Lula e está sendo agora no Governo Dilma.

A oposição por sua vez repete as velhas táticas inócuas do passado. Criticam mas não apresentam argumentos contundentes, além dos ataques que visam atingir a presidência, tal como em um jogo de xadrez cujo objetivo é dar um xeque-mate no Rei. A posição deveria ler o famoso livro milenar de Sun Tzu, “A Arte da Guerra” - escrito no século IV a.C. - que ensina ganhar as batalhas ocupando os territórios e nunca batendo de frente com o Rei, principalmente quando este é mais forte. Este livro é consultado por todos os governos do planeta, mormente os que se envolvem em questões bélicas, como também, na atualidade, na guerra econômica das grandes empresas e corporações do mundo.

A crise governamental poderia ser sanada rapidamente se a presidente Dilma destituísse Palocci do cargo, no entanto, ao que parece, o ex-prefeito de Ribeirão Preto é intocável, muito mais que José Dirceu que ganhou o bilhete azul de Lula no episódio dos mensalões.

O que se depreende é que os adversários mais perigosos do atual Governo são justamente os próprios políticos da situação, enquanto que, os da oposição, estão como náufragos que seguram qualquer galho podre para não submergir.
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