sexta-feira, 8 de abril de 2011

TRAGÉDIA DA ESCOLA DO REALENGO: ONDE ESTAVA DEUS?


Após uma tragédia tal como na Escola do Realengo, aparecem na TV vários psicólogos e sociólogos a tentar explicar de forma acadêmica as causas e condições que levou o assassino a cometer tal ato. Meras palavras vazias ou jogo de achismo. A realidade me parece ser uma conseqüência da secular orientação que temos em relação à nossa existência, a admitir que exista um deus justo e perfeito e que é antropomorfo, tal como nós mesmos. Desde nossa tenra idade somos levados a religiões que nos apresenta esse deus onisciente, onipresente e onipotente. Vamos então analisar o caso desse assassino de crianças. Pelo que foi noticiado seus pais faleceram, era introspectivo, característica própria de pessoa que pensa muito, que conversa consigo mesma, a tentar entender as vicissitudes da vida. Deus não foi bonzinho com ele tirou-lhes os pais e a religião já havia lhe ensinado que esse deus é justo e que as almas puras e boas ganham o reino dos céus. Estaria então ele enviando algumas almas ao paraíso?

Ele certamente tinha muitos questionamentos e ninguém com quem pudesse ter a coragem de expor e isso foi acumulando em sua psique. Precisava dizer ao mundo que ele foi injustiçado por um deus que lhe tirou seus pais e lhe impôs uma vida amarga? Não se sentiria culpado, mas sim um rebelde a querer provar ser questionável a infalibilidade divina e sua justiça? Pela carta que deixou nota-se a influência religiosa e tal como Jesus teria sido crucificado par expiar os pecados do homem, ele também poderia sacrificar-se levando consigo algumas almas inocentes para o corte do Pai Eterno. Isto parece ser mera especulação e talvez seja mesmo, não obstante quem consultar a bíblia em Números 31,17 é deus que fala: “Agora, pois, matai todos os meninos entre as crianças, e todas as mulheres que conheceram homem, deitando-se com ele”.

As mulheres não virgens também deverão ser executadas: “Se, porém, esta acusação for confirmada, não se achando na moça os sinais da virgindade, levarão a moça à porta da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão até que morra”. Deuteronômio 22:20-21 O nascimento de uma criança é um pecado que deve ser expiado com o sacrifício de um cordeiro e um pombo. Levitício 12:6-8).

Todas essas bizarrices inculcam qualquer cristão e porque não também fazer justiça com suas próprias mãos, mesmo ignorando ser um ato de atrocidade?

Retornando à carta, onde ele está certo que vai morrer, escreveu, as condições para ser enterrado: envolto em um tecido branco e quem executasse o rito deveria usar luvas, portanto se julgava imaculado, puro, tal como nas escrituras, um servo a imitar o deus bíblico. É mais um caso de psicótico religioso, tal como o de Blumenau, em 2008. Um jovem de 20 anos de idade, Alexandro Seixas, espancou e torturou sua mãe Olívia Fagundes até a morte. Ele afirmou ter “agido em nome de Deus”

Em 2005 uma babá, na cidade de Salvador – BA atirou uma criança pela janela de um prédio e depois declarou que havia recebido ordem de Deus para executar tal ato. O bebe faleceu. Segundo se apurou essa senhora teria estado em um ritual onde ela se “manifestou em Cristo”

Em 1978, 900 pessoas morreram nas selvas da Guiana, após tomarem uma mistura de "K-Suco" e cianureto. Eles pertenciam a uma seita chamada Templo do Povo, organizada em torno do pastor evangélico Jim Jones Também é bastante conhecido o caso da “família” Charles Manson que era um fanático religioso e na noite de 9 de agosto de 1969, mandou 4 seus discípulos assassinar a atriz de cinema Sharon Tate que tinha 26 anos de idade e estava grávida de 8 meses. Ela era esposa do diretor cinematográfico Roman Polanski. Foi esfaqueada 16 vezes e depois enforcada juntamente com alguns seus convidados do jantar que ela estava oferecendo naquela noite.


As civilizações surgiram e cresceram sob uma ética religiosa e como tal falha e imprecisa e esses casos escabrosos que assistimos, além de outros que dizem respeito a assaltos, furtos, assassinatos, organizações criminosas de todas as modalidades são frutos da má formação congênita social/religiosa.

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