sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

ANUS NOVOS

COMEÇA HOJE O ANO
Fernando Pessoa

Nada começa: tudo continua.
Onde 'stamos, que vemos só passar?
O dia muda, lento, no amplo ar;
Múrmura, em sombras, flui a água nua.

Vêm de longe,
Só nosso vê-las teve começar.
Em cadeias do tempo e do lugar,
É abismo o começo e ausência.

Nenhum ano começa. É Eternidade!
Agora, sempre, a mesma eterna Idade,
Precipício de Deus sobre o momento.

Na curva do amplo céu o dia esfria,
Na água corre mais múrmura e sombria
E é tudo o mesmo: e verbo o pensamento.
***
Deus, ou não sei quem, fez o universo, dividiu em etapas, em tempo e espaço. O homem tentou fazer o download desse arquivo, mas conseguiu só partes. É muito pesado. Assim, nós ocidentais, comemoramos o ano novo em 01.01 - pelo calendário gregoriano, que desde sua criação, no século 16, se constitue num dos mais errados.

O calendário judaico, "Rosh Hashaná", baseado no surgimento de Adão na terra, que teria acontecido há 5768 anos, também não tem nenhuma conotação astrológica, científica.
A comunidade muçulmana não comemora o ano novo. Em seu calendário, estamos no ano de 1428. Contam-se os anos a partir da fuga de seu profeta, Maomé, de Meca para Medina.
Quase todas as civilizações antigas tinham seus calendários, tal como os Maias, cujos estudos astronômicos intrigram a ciência moderna.

Astrologicamente, o ano inicia-se em 20/21 de março. Também é o ciclo de Áries, o primeiro sígno do zodíaco, quando ocorre o Equinócio de Outono (para o Hemisfério Sul; de Primavera para o Hemisfério Norte), coincidindo com o momento em que o Sol chega a 0º (zero graus) de Áries. Esse momento marcante caracteriza-se por um interessante fenômeno astronômico (e simbólico): o dia e a noite têm exatamente a mesma duração (a palavra “equinócio” é oriunda de “aeque nocte” = “noite igual” ao dia).

Se medirmos diariamente os intervalos de tempo entre o nascer e o por do Sol, ao longo de um ano poderemos verificar que há apenas 2 dias em que o período noturno corresponde, quase exatamente, ao período diurno. São os Equinócios de Outono e de Primavera.
Essas duas estações têm início nesses dias. As outras duas, o inverno e o Verão, tem início nos Solstícios, quando a diferença entre o período do dia e da noite é máxima.

Apesar do movimento, espaço/tempo do universo independer do homem, prevalece em quase todas as nações o calendário gregoriano.

O Sábio graduado em astrologia na univesidade de Haward, no Cerrado do Xingu, após consultar os alfarrábios remanescentes da Lemúria, comentou:
"Se atentarmos para o fato que o tempo caminha pelas fases da lua, ou seja, pelos 7 dias da semana, deveríamos ter meses de 28 dias e não 30 ou 31. É um erro grosseiro. O ano teria então 13 meses de 28 dias, que soma 364 dias, acabando com essa história de ano bisexto. O 13º mês poderia ser denominado: trezenbro"

Ipsus factus est