quinta-feira, 6 de setembro de 2007

SÁBIO DO CERRADO MATRICULADO no MOBRAL

Escola Pinto Brochado


O festival de parvoice que inunda a pátria de Macunaíma tem origem. Foram 308 anos sob o domínio colonial dos portugueses, (que o diabo os carregem!), onde inexistia escola, nem havia cultura. Até manufaturas eram proibidas. Era o pacto colonial.

Aquela população analfabeta, engrossada pelos arborígenes africanos, levaria décadas, lustros para frequentar uma escola. Isto nas cidades maiores. Os anos que se seguiram no Primeiro Império eram apenas continuidade da situação anterior. Já no Segundo Império, tendo a frente D.Pedro II, homem culto e letrado, o Brasil começou a engatinhar na educação, mesmo assim carente e insuficiente, fato que permaneceu na República Velha...aquela dos coronéis do café.


Mas vamos chegar à contemporaneidade. A escola pública do após guerra era séria e melhor que as particulares. Havia até exame de admissão (uma espécie de vestibular) para o educando ingressar no que corresponde, atualmente, ao grau médio, ou terceiro segmento. Os professores eram respeitados e gozavam de status na sociedade. A escola ensinava... "magister dixi"


A escola atual é uma farsa. O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende e o Estado finge que paga. Reprovar aluno tornou-se proibitivo e eles sabem disso... As escolas particulares são as menos ruins, contrariando a realidade anterior, provando com isso, o menosprezo das políticas públicas educacionais.


Claro que os tempos são bem outros. A tecnologia mudou o mundo e não há mais lugar de destaque para o professor que sabe. Por melhor que ele seja, perde de goleada para a internet, não obstante, ele ainda é imprescendível, mais como mediador desse mundo fantástico das modernizações da comunicação e baús internéticos, que como psicólogo, filósofo, sábio, pai, mãe e xerife dos "antigamentes"


Relegados ao cesto do lixo da história, os professores para sobreviver, tem que fazer jornadas em várias escolas ou arranjar algo extra, ou ainda mulheres que dividem o seu tempo entre os afezeres domésticos e a escola. Desrespeitados pelos educandos, humilhados pelos baixos salários, desconsiderados pelos pais dos alunos, essa classe de profissionais ainda resiste pelo idealismo ou como rotulam: sacerdócio... Mas não há quem resista tanto e como tal, está havendo uma peneira inversa, ou seja, os melhores profissionais migram-se para escolas particulares ou para outros ofícios.


O povo assim "desescolado", ignorando sua história, sua literatura, seus bens culturais, acaba sendo aculturado por valores além das fronteiras da pátria que invadem diariamente nossa praia pelos meios de comunicação ou mesmo pelos valores pátrios medíocres, tal como se apresenta no campo da música e nos programas televisivos.


O sábio matriculou-se na escola, porque soube que o Lula vai distribuir computadores para os alunos. No ano vindouro vai ser 1 milhão. Segundo informação do próprio governo, a demanda é de 50 milhões, ou seja, vamos esperar 50 anos... Até lá, ja vestiram terno de madeira o Sírvio Santos, Hébria Camacho, os autores de telenovelas, Seguey Grosman, Lula, Serra, Aidemin, Paulo Lebre e demais ícones da pieguice tupininquim. Quem sabe não irái melhorar?


Vou seguir neste assunto nas próximas postagens, enfocando inclusive, o valor econômico da educação e dos países que fizeram a reforma do ensino e se deram bem.